Deste seu último lançamento, “Era Vulgaris” em 2007 os integrantes do Queens Of the Stone Age estiveram muito ocupados.
Cada integrante criou seu próprio projeto paralelo: Sweethead, The Gutter Twins, The Dead Weather , Mini Mansions e Them Crooked Vultures, para citar alguns projetos, podem procurar que todos são ótimos.
Josh Homme não esteve muito bem nos últimos anos, passou por uma cirurgia crítica e segundo ele, no hospital, acabou tendo uma “experiência de quase-morte”. Mais tarde depois de meses em recuperação, esta situação levaria á criação da maior e mais elaborada obra que esta banda já lançou. Like Clockwork.
Os temas abordados no álbum passam friamente entre as faixas, com descrições mórbidas sobre a vida, sexo, drogas e morte.
Desta maneira, Josh estabeleceu um ambiente quase gótico para este novo álbum. Aos meus ouvidos, as faixas melódicas e obscuras, mas com potentes riffs e boa estrutura musical, deixam o ouvinte apegado com as passagens nas letras e o ‘groove’da banda.
Na abertura do álbum, a faixa inicial é “Keep Your Eyes Peeled”, é uma faixa bem lenta, com uma ambientação bem pesada. Já nesta faixa eu já percebi que não estou escutando a mesma banda de 6 anos atrás.
“I Sat by the Ocean” tem sem dúvida, o riff de slide-guitar mais hipnótico que eu já ouvi.
http://www.youtube.com/watch?v=PZ7ihD2Z0mg
“The Vampyre Of Time And Memory” deixa Joshua explorar um lado mais melódico em sua composições, ótima combinação com o piano e vocais.
“If I had a Tail” é uma faixa completamente cheia de groove, uma linha de baixo muito bem aplicada. Tudo de se une em criar uma vibe bem no estilo que o QOTSA gosta. “My god is the Sun” é o single deste album e o melhor exemplo de como o Queens evoluiu seu som , mas não deixou o simples rock-alternativo no esquecimento.
“Kalopsia” é uma faixa estranha, mas gostei mesmo assim. È uma mescla de dream-rock com um refrão de peso, e Trent Reznor dando uma palhinha.
“Fairweather Friends” tem nada mais nada menos que SIR Elthon John, Trent Reznor, Nick Oliveri e Mark Lanegan. É uma faixa que une combinações belíssimas dos vocais de Josh, um peso extra no baixo vindo de Nick , extra vocais com Trent e a base de tudo comandada pelo mestre Elthon. A única união deste álbum que eu achei que seria um desastre, ficou uma das melhores faixas.
“Smooth Sailing” é um espetáculo dançante estilo “era vulgaris”. Nada mais á dizer, apenas a incrível habilidade da banda de criar um ritmo tão distinto de tudo do álbum, e agradar facilmente.
“I Appear Missing” é uma faixa mais densa, cheia de pequenas, mas fortes referencias ao sofrimento de Joshua enquanto estava no hospital. Com direito á um solo de Dave Grohl e uma completa mudança do tempo na música deixam tudo com um ar de encerramento, mas a útilma faixa do álbum “…Like Clockwork” apresenta a ideia por trás do título, de um jeito clássico, quase indescritível aos ouvidos de um fã de QOTSA como eu, como o álbum diz: “tudo recomeça, como um relógio. Infinito.”
Eu sempre penso que quando uma banda passa por um “hiato” eles nem sempre voltam tão bons ao quanto eram, não é o caso do QOTSA. É o mesmo estilo que todo mundo gosta de chamar de “stoner-rock”, é o mesmo vocalista, baixista, guitarrista e tecladista. Mas de algum jeito, tudo mudou.
O baixo está mais forte, as guitarras com uma pegada com muito mais distorção, o vocal mais bem trabalhado, letras mais pesadas e com mais sentimento e outro fato bem legal neste álbum: o baterista mudou, Dave Grohl gravou 8 das 10 faixas do álbum e John Theodore(ex-Mars Volta) lidera a turnê . O ex-baterista Joey Castillo saiu no meio das gravações para trabalhar em projetos pessoais.
Por último, a campanha de pré-lançamento do álbum trouxe 5 vídeos que se completam e criam o ‘efeito relógio’, que o álbum carrega no título. Assistam essa playlist que terão uma melhor ideia geral do álbum.
“If life is but a dream, then Wake me up.”